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O transplante de medula óssea é uma intervenção médica que pode salvar a vida de pessoas com leucemia ou outras doenças hematológicas graves. Esta terapia avançada tem o potencial de curar doenças que afetam o sangue e o sistema imunológico, proporcionando uma nova chance de vida para muitos pacientes.
As células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, estão localizadas na medula óssea. Dessa forma, o transplante é recomendado para tratar doenças relacionadas à produção de células sanguíneas e às deficiências no sistema imunológico, como leucemias e linfomas.
Inicialmente, procura-se por compatibilidade entre familiares próximos. Contudo, caso não seja encontrada, é possível buscar um doador compatível no registro nacional.
O Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) foi criado em 1993. Vinculado ao Ministério da Saúde e ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), ele conta, atualmente, com mais de 5,7 milhões de doadores cadastrados e atua em conjunto com 112 hemocentros em todos os estados. Por ser um caminho facilitador para aumentar o número de transplantes bem-sucedidos, se tornou o terceiro maior banco de doadores voluntários no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Alemanha.
Nos últimos dez anos, o REDOME quase dobrou o número de doadores cadastrados, aumentando a chance de encontrar um doador compatível para transplantes de medula para quase 90%. Em 2023, o órgão facilitou 366 procedimentos desse tipo. Em suma, o objetivo do registro é possibilitar transplantes entre pessoas não relacionadas.
Contudo, mesmo com a eficácia do registro, é fundamental continuar estimulando o cadastro de novos doadores. E o primeiro passo é através da doação de sangue. Confira o recado da Dra. Carmem Vergueiro, hematologista e presidente da Associação de Medula Óssea (AMEO):
A doação de sangue e o cadastro no REDOME são atos de generosidade que salvam vidas. Embora esses gestos sejam conhecidos pela sua relevância, é preciso ampliar a conscientização sobre sua importância.
O sangue é essencial para tratamentos médicos e emergenciais, pois é necessário em situações como cirurgias, tratamentos de câncer, transplantes e atendimento a vítimas de acidentes. Infelizmente, a demanda por sangue é constante e os estoques dos hemobancos frequentemente enfrentam escassez.
De acordo com o Ministério da Saúde, para ser um doador regular, basta atender a critérios básicos, como:
– Ter idade entre 16 e 69 anos, (menores de 18 anos devem apresentar consentimento formal do responsável legal);
– Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.
– Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial;
– Pesar no mínimo 50 kg;
– Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
– Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, basta ir ao Hemocentro mais próximo da sua residência, se cadastrar no REDOME e fazer a coleta de uma pequena amostra de sangue (10 ml) para realizar o exame de tipagem HLA.
– Ter entre 18 e 35 anos de idade (o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade);
– Apresentar um documento de identificação oficial com foto;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea.
A doação de sangue e a inscrição no REDOME são atos de amor e solidariedade que podem transformar e salvar várias vidas que aguardam por um transplante de medula óssea.