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Biometrix participa do Congresso HEMO 2018 e levanta a importância da Compatibilidade em Transfusões de Sangue

Embora as transfusões de sangue salvem vidas e devam sempre ser incentivadas, elas não estão livres de complicações. Quadros alérgicos, de leve a grave, contaminações bacterianas, virais ou por parasitas, e até mesmo a incompatibilidade transfusional são alguns dos riscos associados às transfusões sanguíneas. Contudo, é a chamada Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão – TRALI – que vêm preocupando médicos hematologistas ao redor do globo.

TRALI

Reconhecida como entidade clínica em 1985, a TRALI é uma complicação grave relacionada às transfusões sanguíneas, sobretudo aquelas que evolvem o plasma. Pois, é no plasma que se concentram os anticorpos anti-HNA (Antígeno Neutrofílico Humano) e anti-HLA (mais informação sobre HLA) e seus subtipos, que quando encontram antígenos correspondentes na pessoa que está recebendo a doação, podem levar a uma ruptura dos capilares pulmonares, gerando um quadro agudo de edema de pulmão.

“A TRALI ainda é pouco conhecida da classe médica mundial, principalmente no Brasil, o que faz com que seja pouco relatada nos órgãos de controle, contribuindo para uma subnotificação. Além disso, ela costuma ser confundida com a TACO, que é uma sobrecarga pulmonar do volume transfundido, com quadro clínico muito parecido”, explica o hematologista Antônio Fabbron, diretor geral do Diagnósticos Brasil e professor da Faculdade de Medicina de Marília.

No geral, a TRALI ocorre entre uma e duas horas após o recebimento do sangue. Porém, há casos em que os pacientes demoram até seis horas para apresentar os sintomas. Clinicamente, a pessoa acometida pela doença costuma ter um quadro agudo de falta de ar, queda de pressão e febre. No entanto, nem todas as pessoas desenvolvem a Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão. A incidência é maior em pacientes com algum tipo de infecção, que passaram por cirurgia cardíaca, de tórax, ou com câncer.

HEMO 2018

Com evolução rápida, podendo ocorrer durante ou até seis horas após o recebimento de sangue, a TRALI e o diagnóstico de prevenção foram pauta da Biometrix no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, que ocorreu em São Paulo, agora em novembro. Ainda pouco conhecida e, por vezes, confundida com outras complicações das transfusões, é hoje a principal causa de morte associada à transfusão, respondendo por 10 a 15% das ocorrências.

 Hoje, o principal procedimento usado na prevenção da TRALI é a aplicação de questionários aos doadores de sangue. Por ele, é possível identificar os grupos com maior prevalência dos anticorpos anti-HLA e anti-HNA. Sabe-se que pessoas que já receberam transfusão e, principalmente, mulheres com um ou mais filhos, têm maior probabilidade de apresentarem os anticorpos desencadeadores da TRALI.

Pela rapidez da evolução e complicação da doença, é essencial que hoje laboratórios e hemocentros busquem uma forma de rastreamento mais detalhada, precisa e rápida como os testes que utilizam a metodologia molecular. Através desses testes, avalia-se o soro e verifica-se a presença dos anticorpos em uma triagem para doação.  Por essa avaliação, a adoção desse tipo de teste em larga escala facilita o desenvolvimento de estratégias de prevenção da TRALI, além de aumentar o número de doadores.

LABScreen® Multi

O rastreamento preciso pode ser feito através do LABScreen® Multi. Desenvolvido pela One Lambda e comercializado exclusivamente pela Biometrix Diagnóstica, o teste é capaz de realizar a triagem de anticorpos contra antígenos HLA de Classe I e II e antígenos HNA.

“O produto já tem registro nos Estados Unidos, onde a utilização está se tornando rotineira. Aqui, já temos o registro na ANVISA, mas o teste ainda não é contemplado pelo SUS, nem em laboratórios particulares. Apesar disso, acredito que com base na provável frequência dos anticorpos na população de doadores, a tendência é que seja adotado após a finalização de um importante estudo multicêntrico em fase de desenvolvimento no Brasil”, explica Marcelo Mion, gerente do laboratório da Biometrix.